Centro de Recursos Psicopedagógicos - Programa para a Inclusão e Cidadania, Região de Lisboa e Vale do Tejo


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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Relatório Pensamento Vivo - Visão, Métodos e Resultados (2010/2011,2011/2012) Reflexões Finais

"A protecção e promoção do Bem-Estar dos jovens é um investimento no Futuro da nossa Sociedade. Acções especializadas nesse âmbito podem melhorar as capacidades sociais, emocionais e de aprendizagem dos jovens, o que, por sua vez, pode ajudá-los a ter sucesso escolar, a entrar na adultícia e no mundo do trabalho com mais recursos e maior segurança para enfrentarem os desafios e problemas do quotidiano.  

As escolas constituem um dos mais importantes enquadramentos para intervenções de suporte e reorganização das capacidades dos jovens. O PIEC-LVT, aceitou a proposta dos autores para criar o Pensamento Vivo - Centro de Recursos Psicopedagógicos, passando a poder disponibilizar uma rede de suporte, de apoio ao apoio, às actividades da medida PIEF e a todos os seus intervenientes. O PIEC-LVT, através do Pensamento Vivo, reconhece as dificuldades da acção educativa, nos contextos em que as turmas PIEF se inserem, e as pressões a que os seus vários actores se encontram expostos. Por isso, produziu um conjunto de serviços que podem ser utilizados de uma forma flexível e ajustada às necessidades das equipas técnico pedagógicas, dos alunos, das suas famílias e da comunidade escolar alargada. 

Existem claros indicadores de que o sucesso escolar  encontra-se intimamente relacionado com o Bem-Estar e com a Saúde Mental. Assim como o sucesso escolar pode contribuir para o desenvolvimento do sentimento de capacidade dos jovens, do mesmo modo, problemas emocionais e psicológicos podem impedir a aprendizagem. 

Os professores das turmas PIEF, apercebem-se com frequência que a escola é o único, ou um dos poucos, espaços sociais em que o aluno PIEF tem a possibilidade de vir a sentir-se valorizado e realmente ajudado e existem formas através das quais as escolas e as suas turmas podem contribuir na promoção do Bem-Estar dos seus alunos. 

As mudanças sociais que conduziram a que muitos jovens se encontrem em dificuldades face às condições de vida e ambientes familiares e culturais que enfrentam, particularmente os alunos do PIEF, uma medida que acolhe jovens em risco, encontram-se em forte agravamento e os grupos de risco que recorrem ao centro incluem: jovens que experienciaram traumas ou abusos; jovens expostos a culturas de Gang; jovens que se encontram ao cuidado de pais portadores de perturbação mental; jovens que são cuidadores de outros, sejam eles pais, avós, irmãos ou mesmo filhos; jovens com membros da família com problemas de consumos ou envolvidos em actividades ilícitas; jovens deslocados da sua terra natal, língua e família; outros grupos sujeitos a desvantagens e descriminações sociais. 

 Todos estes factores são, reconhecidamente, de risco para o desenvolvimento infanto-juvenil, criando sérias dificuldades à organização deste jovens. Relatórios internacionais recentes, indicam que uma em cada cinco crianças e jovens têm, nalgum momento do seu percurso escolar, dificuldades emocionais clinicamente determináveis e que estes, necessitarão de intervenção especializada para recuperar. A prática nesta área demonstra que as intervenções com estes jovens são mais eficazes quando se adopta uma abordagem que englobe o maior numero possível de intervenientes e de contextos na vida do jovem.  

Os alunos com dificuldades emocionais e de comportamento encontram-se hiper-representados nas taxas de abandono, absentismo e exclusão escolar e os jovens que não frequentam a escola abundam nos números da criminalidade, desemprego e dos subsídios sociais, custando cada jovem não recuperado e integrado na sua cidadania milhares de euros ao longo da sua vida e da dos seus filhos, criando-se e mantendo-se um ciclo trangeracional de exclusão e de custo social, económico e humano. 

Os dados de monitorização do centro indicam que as acções implementados contribuem significativamente para a mudança na representação de si e dos outros nestes jovens, iniciando-se assim a saída do ciclo de exclusão. 

 Os professores e técnicos de inserção local (TIL), enquanto tentam criar um ambiente que responda às necessidades destes jovens, trabalham frequentemente sob uma enorme pressão emocional imposta pelos jovens e seus contextos. Este projecto pretende ajudar todos os participantes das comunidades educativas PIEF, a acrescentar ao que já se encontram a fazer para construir melhores ambientes de acolhimento e trabalho, reduzindo o impacto da desorganização dos jovens, e permitindo que os alunos e técnicos aumentem o seu desempenho e bem-estar. Nos que se envolveram nas actividades do Pensamento Vivo, verificamos, pessoalmente e através da monitorização da representação que têm dos alunos, que se sentem desafiados e (re)entusiasmados, partindo para as suas turmas com uma nova visão do papel terapêutico que as instituições educativas e os seus parceiros podem desempenhar na vida dos seus alunos e da sociedade. 

O Pensamento Vivo - Centro de Recursos Psicopedagógicos espera que o maior numero de professores, til, alunos e suas famílias possam usufruir dos seus serviços e que estes possam continuar a contribuir positivamente para a reflexão, desenvolvimento e implementação de práticas e vivências continuadas de inclusão e de plena cidadania. A nossa aspiração, baseada nos resultados já obtidos, é que o centro contribua para que as instituições educativas criem acções e modelos intencionais para se tornarem, cada vez mais, um "bom lugar" para lá se crescer e recuperar."

Miguel Moita, Francisco Marta.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Seminário de Estudo de Caso 2012

O Seminário de Estudo de Caso é uma sessão de trabalho entre um grupo de técnicos da equipa Técnico Pedagógica da medida PIEF e um orientador especializado em saúde mental, na qual se realizará a discussão de situações e de casos reais, com foco na experiência dos participantes.
Em cada encontro, um elemento do PIEF apresentará o seu trabalho, com um jovem, um grupo, família ou instituição, que será discutido por todos os participantes. O grupo trabalha no sentido de promover uma melhor compreensão das interacções, do seu impacto e do significado dos comportamentos. Este espaço de reflexão ajudá-lo-á a conseguir continuar a pensar e intervir intencionalmente em situações difíceis e perturbadoras. O Seminário servirá também como primeiro momento de avaliação para o eventual encaminhamento para os outros serviços do centro.


Lisboa

Quarta-feira - 11h30/13h00
Quinta-feira - 13h00/14h30

Local: Av. Estados Unidos da América, nº 39, 4º andar.



Poderá fazer a sua marcação com a Sofia Ribeiro, através do email pieclvt@gmail.com. A sua inscrição será atendida por ordem de chegada

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Brevemente

I Curso em Desenvolvimento Sócio-Emocional e sua Perturbação: Intervenção em Contextos Educacionais e Comunitários.
 

sexta-feira, 13 de maio de 2011

IV Jornadas Formativas "Andar na Escola"

26 de Maio de 2011
auditório do IPJ – Parque das Nações


p r o g r a m a

09h45 – Abertura
Natércia Ferreira – Coordenadora PIEC-LVT
Francisco Marta – Coordenador Pensamento Vivo
10h00 – Comunicação
Perturbação do Comportamento na Adolescência
– João Costa – Presidente do Instituto de terapias Expressivas, Psicomotricista
11h00 – Pausa para Café
11h30 – Mesa Redonda
Conselho Consultivo do PV Responde às Questões dos Técnicos
– Manuel Matos - Professor da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, Psicanalista
– Maria José Vidigal - Pedopsiquiatra, Psicanalista
– Ricardo Martinez - Professor, Mestre em Educação Especial e Doutorado em Sociologia
– António Montiel - Professor e Presidente do Conselho Científico da Escola Superior de Educadores de Infância Maria Ulrich, Doutorado em Filosofia da Educação
13h30 – Almoço
14h30 – Oficinas de Trabalho
Psicomotricidade – a designar
Assembleias de Turma – Inês Leão – Psicóloga, EMM do PIEC
Dinâmicas de Grupo – Catarina Pimenta – Psicóloga / Ana Raquel – Técnica de Serviço Social
Seminário de Estudo de Caso – Miguel Moita – Psicoterapeuta, Consultor para Saúde Mental
16h30 – Encerramento
Francisco Marta – Coordenador Pensamento Vivo
Natércia Ferreira – Coordenadora PIEC-LVT

sábado, 30 de abril de 2011

No âmbito da Parceira Pensamento Vivo / Fundação Renascer, semanalmente às Quintas Feiras, entre as 10h00 e as 13h00, passam a estar disponíveis os seguinte serviços:

I – Grupo de Suporte à Parentalidade – Quintas-feiras entre as 11h00 e as 12h00
O Grupo de Suporte à Parentalidade / Grupo de Pais destinam-se a qualquer cuidador, quer seja pai, mãe, avó, avô, tio ou outro, que procure um espaço de reflexão onde se partilham experiências e preocupações, na presença de técnicos especializados, acerca do desenvolvimento da criança e do adolescente.

II – Grupo de Suporte à Parentalidade Adolescente – Quintas-feiras entre as 11h00 e as 12h00
O Grupo de Suporte à Parentalidade Adolescente destina-se a todos os alunos PIEF que já sejam pais, procurando constituir-se como um espaço de encontro e partilha.

III – Consultas Terapêuticas a Pais – Quintas-feiras às 10h00 ou às 12h15
Consultas Terapêuticas na Parentalidade são um conjunto de 4 a 6 sessões, individuais ou de casal, para pais de alunos PIEF ou para alunos que já sejam pais e que se encontrem a experienciar dificuldades na relação com os seus filhos.


Local:
Fundação Renascer
Rua Infante Dom Pedro, 12A
1700-248 Lisboa
(junto ao Hotel Roma)

Inscrições:
ema.evangelista@fundacaorenascer.pt

segunda-feira, 14 de março de 2011

IV Jornadas Formativas "Andar na Escola"

26 de Maio 2011

Auditório do Instituto Português da Juventude. Via de Moscavide 47 101 Lisboa (zona norte da Expo a 300m da Estação Gare do Oriente. Autocarros - 5, 10, 25, 44, 114 e 208)

Entrada Livre para os professores e técnicos da medida Pief e respectivas Equipas Móveis Multidisciplinares (EMM)

Organização: Pensamento Vivo – Centro de Recursos Psicopedagógicos
Contactos: pensamentovivo.piec@gmail.com

domingo, 6 de março de 2011

Oficina de Trabalho

Competências Pessoais e Sociais em Jogo

17 de Março de 2011

9h45-16h
Instituto Português da Juventude. Via de Moscavide 47 101 Lisboa (zona norte da Expo a 300m da Estação Gare do Oriente. Autocarros - 5, 10, 25, 44, 114 e 208)

Este momento surge da necessidade de um contínuo investimento no desenvolvimento das competências sociais e pessoais dos jovens integrados na medida PIEF.

Esta Oficina de Trabalho constitui-se por uma mostra de actividades com o intuito de contribuir para um trabalho mais sistemático e organizado a implementar, no âmbito da intervenção com jovens, ao nível da promoção de competências.

As dinâmicas de grupo são actividades criadas com determinados critérios e parâmetros que através da forma de brincadeira despertam mecanismos de relação e desenvolvimento. O objectivo essencial dos jogos psicológicos em grupo, é o de proporcionar aos jovens uma experiência particular de aprendizagem, onde através de estímulos proporcionados pelas actividades, se activam processos nos jovens que permitem a tomada de consciência de dimensões relacionais, bem como a aquisição de novos modos de pensar, sentir e relacionar-se com os outros, contribuindo para um instaurar de relações interpessoais mais correctas, bem como, mais gratificantes.

Quer saber mais? Venha experienciar a brincadeira, que juntos nos levará a reflectir.

Catarina Pimenta
Ana Raquel Andrade

O Pensamento Vivo convida os professores e técnicos da medida Pief a participar nesta oficina.

A entrada é livre mediante inscrição prévia através do endereço electrónico pensamentovivo.piec@gmail.com .
As vagas estão limitadas às primeiras vinte e cinco inscrições.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

III Jornadas Formativas "Andar na Escola"

03 de Março de 2011

p r o g r a m a

09h45 – Abertura
Natércia Ferreira – Coordenadora PIEC-LVT
Francisco Marta – Coordenador Pensamento Vivo
10h00 – Comunicação
“A organização da sala de aula como factor de sucesso”
Pedro Branco – Professor de 1º Ciclo.
11h45 - Pausa para Café
12h10 - Comunicação
“ Escola, para que te quero?”
Ricardo Martinez – Professor, Mestre em Educação Especial e Doutorado em Sociologia.
13h00 – Almoço
14h00 - Comunicação
"Monitorização da psicopatologia"
Nuno Torres - Investigador UIPCDE - ISPA
14h30 – Oficina de Trabalho
“Teatro Debate em Acção”
Ana Rita Trindade - Actriz profissional, licenciada pela ESTC em Teatro, frequenta o mestrado em Teatro e Comunidade, actriz moderadora e formadora em Teatro Debate.
16h30 - Encerramento
Francisco Marta - Coordenador Pensamento Vivo
Natércia Ferreira – Coordenadora PIEC-LVT
Fátima Matos – Coordenadora Nacional do PIEC

Auditório do Instituto Português da Juventude. Via de Moscavide 47 101 Lisboa (zona norte da Expo a 300m da Estação Gare do Oriente. Autocarros - 5, 10, 25, 44, 114 e 208)

Entrada Livre para os professores e técnicos da medida Pief e respectivas Equipas Móveis Multidisciplinares (EMM)

Organização: Pensamento Vivo – Centro de Recursos Psicopedagógicos
Contactos: pensamentovivo.piec@gmail.com

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

No decorrer deste seu primeiro período lectivo, o Pensamento Vivo promoveu o envolvimento de instituições e de personalidades do meio científico e cultural num projecto comum. Com a ajuda dos nossos parceiros e colaboradores, foi possível iniciar um ciclo de jornadas formativas, intituladas "Andar na Escola", organizar encontros temáticos, realizar com regularidade diária seminários de estudo de caso com as equipas técnico pedagógicas do piec-lvt, e conceber e implementar um protocolo de investigação sobre as intervenções do centro. No ano de 2011, que agora se inicia, daremos continuidade às nossas actividades e iniciaremos o acompanhamento directo dos jovens e suas famílias.

1º. Marcações para o Seminário de Estudo de Caso

Lisboa -
Segunda-feira às 12h00
Quinta-feira às 14h00

Setúbal -
Quarta-feira às 12h00

Santarém -
Sexta-feira às 12h00

Poderá fazer a sua marcação com a Sofia Ribeiro, através do email pieclvt@gmail.com. A sua inscrição será atendida por ordem de chegada.


2º. Marcações para Intervenção Terapêutica (Apenas para as ETP que frequentaram o Seminário e receberam indicação para encaminhamento)

Lisboa -
Segunda-feira (manhã)
Terça-feira (manhã)
Quinta-feira (tarde)

Setúbal -
Quarta-feira (manhã)

Santarém -
Sexta-feira (manhã)

Poderá fazer a sua marcação através do email pensamentovivo.piec@gmail.com .

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Unidade de Investigação em Psicologia Cognitiva do Desenvolvimento e da Educação

Projecto Piloto – Investigação da Efectividade da Intervenção Psicoterapêutica no âmbito do Pensamento Vivo

Actualmente assistimos em vários países a uma proliferação de programas de psicoterapia em meio escolar. Foram publicados alguns efeitos positivos em programas orientados para a ansiedade, depressão, uso de substâncias e problemas emocionais e de comportamento, mas a efectividade da maioria das iniciativas é ainda em grande parte desconhecida (Masia-Warner et al 2006).

No entanto, resultados preliminares indicam um potencial para menor custo e maior benefício em cuidados de saúde mental na escola. Estes serviços podem ser vantajosos para famílias, crianças, técnicos de saúde mental, escolas e os contribuintes em geral. Duas das maiores vantagens destas intervenções podem ser uma maior utilização pelos jovens e uma maior efectividade. (Evans, 1999).

No presente projecto-piloto, o objectivo é implementar uma avaliação do impacto da psicoterapia no funcionamento psicológico e social dos jovens abrangidos. Para assegurar a qualidade científica da avaliação da efectividade segundo os parâmetros actuais de exigência (Leichsenring, 2004), daremos prioridade aos seguintes 9 pontos:

1. Desenho prospectivo longitudinal com avaliação psicológica dos pacientes antes, durante e após o tratamento (follow-up)

2. Alta representatividade clínica da população (população com perturbações graves típica de settings clínicos)

3. Presença de grupos de comparação (vários tipos/dose de psicoterapia e intervenções não-psicoterapêuticas).

4. Grupos de comparação e clínicos compostos por sujeitos com características equivalentes

5. Descrições claras do tratamento efectuado, dos pacientes incluídos e da sua selecção

6. Avaliação dos outcomes independente.

7. Usar procedimentos válidos e fiáveis de diagnóstico e de resultados.

8. Incluir variáveis adicionais que podem moderar e mediar os outcomes da psicoterapia.

9. Assessoria clínica de investigação.


Equipa UIPCDE

Investigador Responsável:

Nuno Torres

Assessor Clínico:

Bernardo Couto

Equipa Pensamento Vivo

Coordenação de Projecto:

Miguel Moita

Gestora de Dados de Investigação:

Catarina Pimenta


Referências

Evans, S. W. (1999). Mental health services in schools: Utilization, effectiveness, and consent. Clinical Psychology Review, 19(2), 165-178.

Leichsenring, F. (2004). Randomized controlled versus naturalistic studies: A new research agenda. Bulletin of the Menninger Clinic, 68(2), 137-151.

Masia-Warner, C., Nangle, D.W., & Hansen D.J. (2006). Bringing Evidence-Based Child Mental Health Services to the Schools: General Issues and Specific Populations. Education & Treatment of Children, 29(2), 165-172



Nuno Torres

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

II Jornadas Formativas “Andar na Escola”

30 de Novembro 2010

Programa

10h00 - Abertura
Natércia Ferreira – Coordenadora PIEC-LVT
Francisco Marta – Coordenador Pensamento Vivo
10h15 - Comunicação
“Intencionalidade, Transcendência e Significado na Educação da Liberdade”
António Montiel - Professor e Presidente do Conselho Científico da Escola Superior de Educadores de Infância Maria Ulrich, Doutorado em Filosofia da Educação
11h30 Pausa para Café
12h00 Oficinas de Trabalho “Pensar as práticas e os instrumentos – caminhos para uma pedagogia cooperativa”
Oficina 1 – “Negociação: uma ferramenta pedagógica?”
Vítor Santos - Sales Manager Iberian - Glaxo SmithKline Consumer Healthcare
Oficina 2 – “A assembleia de turma”
Teresa Mota - Técnica de Intervenção Local
Miguel Moita - Psicoterapeuta
Oficina 3 – “A sala de aula e sua organização”
Oficina 4 – “Dinâmicas de Grupo”
Ana Raquel Andrade - Técnicas de Intervenção Local
Catarina Pimenta - Técnicas de Intervenção Local
13h45 - Almoço
15h00 - Comunicação
“Escola e Comunidade”
Félix Bolaños
Director do Agrupamento de Escolas da Apelação
16h00 - Discussão alargada
17h30 - Encerramento

Auditório do Instituto Português da Juventude. Via de Moscavide 47 101Lisboa (zona norte da Expo a 300m da Estação Gare do Oriente. Autocarros - 5, 10, 25, 44, 114 e 208)

Organização: Pensamento Vivo – Centro de Recursos Psicopedagógicos
Contactos: pensamentovivo.piec@gmail.com

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

"Os Consumos Que Nos Consomem"

4 de Novembro 2010

15h00 - 17h30
Galerias do Instituto Português da Juventude (IPJ)

O Pensamento Vivo convida todos os professores e técnicos da medida Pief e respectivas Equipas Móveis Multidisciplinares (EMM) para um espaço de debate sobre a temática dos consumos, com a presença do Dr. Raúl Melo, do Instituto das Drogas e Toxicodependências (IDT).

A entrada é livre mediante inscrição prévia através do endereço electrónico pensamentovivo.piec@gmail.com .
As vagas estão limitadas às primeiras quarenta inscrições.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

I Jornadas Formativas “Andar na Escola”

O Pensamento Vivo – Centro de Recursos Psicopedagógicos realizou, no passado dia 8 de Outubro, no auditório do Instituto Português da Juventude, a primeira de um ciclo de jornadas formativas intituladas “Andar na Escola”.
O ciclo de jornadas promovido por este centro, tem como intuito primordial criar contextos de circulação de saberes e práticas em torno do lugar Escola/Pief.
Nesta primeira jornada, a mesa de abertura dos trabalhos foi composta pelos parceiros institucionais do Pensamento Vivo, – Instituto Português da Juventude, Fundação Renascer, Unidade de Investigação em Psicologia Cognitiva do Desenvolvimento e da Educação do Ispa-IU e a Associação para o Planeamento da Família – aos quais agradecemos a imediata disponibilidade para a participação activa neste encontro. Tivemos a oportunidade de os apresentar e de escutar, na primeira pessoa, as dimensões de trabalho abrangidas nas parcerias, indo estas da investigação, à formação, à intervenção directa nas populações envolvidas na medida Pief. Estendemos também os nossos agradecimentos à coordenadora nacional do Piec, na pessoa da Drª Fátima Matos, que encerrando a mesa, incentivou a iniciativa, tendo sublinhado a pertinência das soluções apresentadas para a promoção da cidadania e para o combate à exclusão social, particularmente no âmbito das grandes urbes.
Nas comunicações da manhã, contámos com a presença da Dr.ª Maria José Vidigal, e do Prof. Doutor Manuel Matos, que conversaram durante toda a manhã com os presentes sobre o tema da adolescência, tendo sido salientada a importância das vivências precoces na família, e diferenciadas as funções maternas e as funções paternas no desenvolvimento humano, referindo-se a importância de ser tomado em conta, nas politicas para a inclusão social, que a infância e as suas vivências habitam o adolescente e mesmo o adulto. A importância do papel do professor e da própria escola como facilitadores de mitigação e reparação de relações precoces disfuncionais foi também amplamente referida.
Nas sessões da tarde, foram organizadas Oficinas de Trabalho, animadas pelos Técnicos de Intervenção Local (TIL) Catarina Pimenta, Rita Torres, Ana Raquel, Cristina Esperanço, Rita Chambel, Filipa Fernandes. As oficinas tiveram como intuito a procura de dimensões reparadoras/terapêuticas a partir da rotina quotidiana da escola/Pief, e particularmente do TIL.
No final do dia, em grupo alargado, foram apresentados e discutidos os trabalhos das oficinas.
A apreciação global, de acordo com os participantes, foi extremamente positiva, encontrando-se a equipa do Pensamento Vivo a organizar, para breve, as II Jornadas Formativas “Andar na Escola”.

AS ASSEMBLEIAS DE TURMA

As Assembleias de Turma são uma das técnicas pedagógicas do Movimento da Escola Moderna (M.E.M.).

O Movimento da Escola Moderna, surgido entre as duas guerras, procura constituir uma proposta educativa para uma sociedade em constante transformação. Considera que mais do que transmitir técnicas e conhecimentos interessa dotar os alunos de competências para poder viver num mundo cada vez mais complexo.

Objecto no passado de intensas polémicas em França, as suas práticas mais características têm vindo, pouco a pouco, a ser integradas no sistema educativo e assumidas por um número cada vez mais alargado de professores.

Por Assembleias de Turma considera-se um momento em que um grupo faz a sua auto-gestão e auto regulação enquanto grupo. Um grupo não é um mero conjunto de indivíduos, mas qualquer coisa que se vai estruturando ao longo do tempo até que os seus elementos se passam a considerar responsáveis e participantes. Os problemas e conflitos inerentes à existência de grupo enquanto tal – quer ao nível do trabalho, quer ao nível dos sentimentos experimentados na relação interpessoal – passam então a ser resolvidos pelo próprio grupo. Nas palavras de Sérgio Niza (1987) “ Os caminhos da emancipação passam pelas defesas e saberes que se ganham na dinâmica conflitual de um grupo apoiado pelos professores”.

A previsão de um lugar e de um momento para a resolução dos conflitos faz com que estes sejam reduzidos e controlados, desta forma permitindo uma contenção, um distanciamento e uma racionalização em relação aos problemas conflituais dos elementos do grupo.

Nas Assembleias de Turma cada um pode exprimir o que pensa – felicitações, críticas, sugestões – sem temer a sanção. É aqui que são tomadas todas as decisões que regem o trabalho e a vida de um grupo. Estas decisões podem ser modificadas, alteradas ou anuladas noutra Assembleia de Turma.



Não sendo espontâneo o grupo é o resultado de uma construção em que é necessário:

1. Aprender a exprimir-se para intervir
2. Aprender a organizar as ideias para participar
3. Aprender a escutar os outros
4. Aprender a distinguir uma opinião de um facto
5. Aprender a reconhecer a legitimidade de outros pontos de vista aceitando a existência de opiniões diferentes
6. Ser capaz de estabelecer consensos
7. Ser capaz de resolver problemas

Nestas aprendizagem - que constituem os próprios objectivos das Assembleias de Turma – têm um papel fundamental:

• A análise e reflexão a posteriori do comportamento das Assembleias pelos próprios intervenientes (para o que é útil o seu registo audio/video de modo a poder ser observada de fora) e a consequente busca de soluções organizativas para a melhoria do seu funcionamento.

• A intervenção metodológica do professor que incide essencialmente ao nível da clarificação e da regulação. Deste modo, a acção do professor deve incidir ao nível do método e não ao nível do conteúdo – para que as decisões sejam efectivamente assumidas pelos alunos é fundamental que sejam eles os seus protagonistas.

Assim, compete ao professor:
1. Precisar os objectivos da assembleia;
2. Recentrar o debate em curso;
3. Fornecer informações pertinentes para o debate;
4. Colocar questões;
5. Chamar à atenção para um eventual dificuldade de aplicação;
6. Chamar à atenção para um perigo possível;
7. Chamar à atenção para uma limitação/obrigação legal;
8. Lembrar a necessidade de fundamentar as opiniões;....



Propostas de organização das Assembleias de Turma

Embora adaptável aos contextos e às idades, apresenta-se uma proposta –tipo de organização das Assembleias de Turma, que é o modelo que tem sido mais generalizado e comprovado na prática.
1. As Assembleias de Turma deverão ocorrer regularmente, uma vez por semana e com uma duração de 45 a 90 minutos.

2. Deverão contar com a presença de todos os elementos do grupo e respectivos professores.
Em nenhum caso deverá ser discutido um problema/ conflito de que esteja ausente algum dos protagonistas. Da mesma forma quando estiverem envolvidas no conflito pessoas exteriores ao grupo, elas deverão ser convocadas para estar presente.

3. O grupo deve estar disposto em circulo para que todos os olhares se possam cruzar, para que a comunicação seja total.

4. A ordem de trabalhos é constituída ao longo da semana através do registo, pelos alunos e professores dos assuntos a tratar, no Jornal de Parede (estruturado em “o que correu bem”, “o que correu mal”, “sugestões”) ou Caixa do Correio.

5. A mesa, composta por um presidente (um aluno) que dirige, um secretário (um aluno) que regista as conclusões e as decisões e um vogal (um professor), deverá ser eleita no início da Assembleia de Turma.

6. Todas as conclusões e decisões são registadas e arquivadas num dossier da turma.

A Assembleia de Turma é uma das formas pedagógicas que permitem treinar competências sociais indispensáveis para agir num sociedade moderna em constante transformação, onde a complexidade de situações é cada vez maior obrigando a tomar decisões fundamentadas, em contextos diversificados.
Os valores democráticos de tolerância e do respeito pelos outros, a capacidade de negociação e de formação de consensos têm que ser promovidos em todas as práticas educativas para que possam ser integrados pelos jovens.

Inês Reis Leão
EMM LVT

BIBLIOGRAFIA

Colin, Armand (1969). L’ école, nouveau milieu de vie. Les Cahiers de L’école e la vie: Libfrairie Armand Colin

Colin, Armand (1969). Organization de la Classe Pratique Les Cahiers de L’école e la vie: Libfrairie Armand Colin

Freinet, Célestine (1975) As Técnicas de Freinet da Escola Moderna, Portugal: Editorial Estampa, Lda

Lobrot, Michel (1966) A Pedagogia Institucional. Portugal : Iniciativas Editorias

Niza, Sérgio (1987) O Movimento da Escola Moderna, in Cadernos de Educação e de Infância, nº 1, Lisboa: Edição da associação Profissionais de Educação.